quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O Mito do Anonimato na Internet


A ascensão das mídias digitais permitiu o surgimento de inúmeras redes sociais, blogues e plataformas de mensagens instantâneas que permitem a veiculação de enormes quantidades de informações a partir de requerimentos superficiais de identificação do usuário e de capacidade de processamento do microcomputador. É esse o caso do Orkut, Facebook, Twitter, Blogger e Windows Live Messenger, que ao exigirem apenas o correio eletrônico e nome e sobrenome do usuário dão margem a pensamentos acerca do anonimato possível na internet. Entretanto, a análise da situação comprova que o anonimato na internet é mais um mito urbano, haja vista o atual patamar das tecnologias cibernéticas, que permitem a identificação do usuário pelo IP e pelo rastreamento de seus cookies, históricos e redes wi-fi.


Como condição de existência e manutenção, todos os sítios possuem servidores de funcionamento integral que administram os acessos pelos usuários e a publicação de conteúdo pelos seus administradores. Quanto à administração dos acessos pelos usuários, os servidores memorizam o seu IP – Internet Protocol –, número fixo e único por computador, que permite a identificação rápida do usuário; e ainda o rastreamento, com a ação conjunta dos responsáveis pelos servidores, sistemas de emissão de nota fiscal eletrônica e polícias. Ademais, quando do rastreamento, é possível a obtenção e análise do histórico de acesso à internet, cookies – palavras ou expressões digitadas e registradas no navegador de internet – e ainda as redes wi-fi – redes sem-fio de acesso à internet que também possuem códigos únicos. A concreta inexistência do anonimato na internet pode ser contemplada frequentemente, através dos roubos de contas bancárias e usuárias, sustentados por habilidades de crackers no manejo informático; ou quando das implacáveis perseguições estatais que somam o conhecimento de hackers à eficiência de suas polícias investigativas no combate aos supercrackers, como visto no livro O Último Samurai.

Dessa forma, se outrora os cartões de admiradores secretos eram o suficiente para garantia de anonimato integral, atualmente quaisquer veiculadores de informação na internet têm perfis traçados a partir de seus registros em servidores ao longo de todo o mundo. A impossibilidade ou dificuldade de safar-se do IP, cookies, registros em redes wi-fi e aos crackers confirma a essência inanonimata da internet, embora seja comum a vinculação da internet como veículo informativo absolutamente livre e anonimato. E diante dessa impossibilidade de desmentira, faz-se necessário que o usuário apresente comportamento constante no que tange a sua subordinação às leis de seu país, o respeito às propriedades intelectual e física e, ainda, aos tratados internacionais vigentes ao sítio em questão.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

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