sábado, 5 de maio de 2012

RECONTO - Os animais e a tal da peste

Os animais e a tal da peste (Reconto, livro 2 – Reinações de Narizinho) O Leão, o rei todo poderoso, chamou os animais para uma reunião urgente, a fim de resolver o problema de uma terrível peste que estava acabando com o reino. Antes de resolver qualquer coisa, claro, eles tinham que consultar os sábios, os mais velhos, os mais experientes, e até os bobos da corte com as outras loucuras do reino. O primeiro a ser consultado foi o macaco de barbicha branca, sábio como ele só. - Qual é a sua opinião, barbicha branca, sobre essa peste que está acabando com o nosso reino? O macaco barbicha branca tossiu três vezes e disse: - Vossa majestade, saiba que essa peste é um castigo do céu. Fizemos alguma coisa para os deuses; foi isso. Agora vamos ter que fazer um sacrifício; algum de nós vai ter que colocar a cólera dos deuses ’’- disse o macaco. - Muito Bem - disse o leão. - Mas qual e o sacrifício? - O pior crime - disse o macaco. O Leão fechou os olhos e começou a pensar. Relembrou sua vida passada, suas injustiças, a crueldade quando ele matou tantas zebras, gazelas, veados e até homens. E pensou, pensou e resolveu se oferecer para o sacrifício dos deuses como o mais pesado dos crimes. Nenhum animal concordou com ele, de modo que ele fazia bonito sem correr nenhum risco. Assim começou aquela história em que os reis desejam ficar famosos. - Amigo - disse o leão com a cara constrangida Sem nenhuma dúvida, sou eu quem vai se sacrificar. Eu fiz mais crimes do que todo mundo; ninguém matou tantas zebras, tantos veados, tantos homens como eu. Devo ser escolhido como sacrifício. O que acham? Disse e correu para a corte, pensando quem seria tão metido de dizer sim. Todos estavam convencidos de que o leão era o maior criminoso o maior bandido. Mas nenhum animal tinha a ousadia de falar em voz alta. A raposa aprontou um discursinho logo bajulando o Leão. - Bobagens, Majestade! - disse ela. - Se há no mundo um lugar livre de crimes; certo que nosso bondoso Rei Leão matou veados, zebras e homens, mas... Ah, isso são crimes que merecem nobre piedade. Afinal, para que serve tais bichos? Um veado não significa nada; uma zebra não faz falta e imagine um homem? Isso que o senhor fez foi um favor. Para mim, o senhor é um santo, não um criminoso. Uma chuva de palmas surgiu como se estivesse chovendo chocolate. O Leão lambeu seu bigodinho e agradeceu à raposa pelo belíssimo discurso. Logo depois se levantou o tigre dizendo o mesmo que havia dito o leão. Falou que tinha feito mais crimes e se acusou de vários crimes. Por ultimo afirmou que queria ser sacrificado pelo castigo dos deuses, não outro animal. A raposa fez outro discurso ainda mais bajulador do que o primeiro, provando que o santo merecedor era o tigre. E essa cena se repetiu com todos os animais bombadões e com dentões afiados. Todos ficaram calminhos como santinhos. Por último, chegou a vez do burro. - Não sou culpado de nada - disse a criatura extremamente burra. - Sou vegetariano, portanto somente me alimento de vegetais. Nunca matei se quer um mosquito. Se ele ficar me picando só espanto com o espanador de cauda. Nunca furtei, nunca desejei nada nem mulher de ninguém, nem coices dou. Depois que o burro falou a raposa adiantou-se e falou como comandante geral. - Está aqui meu rei, o culpado - disse a raposa apontando para o burro. - É esse burro que os deuses do céu nos mandaram como peste. Ele tem que ser sacrificado. Ele confessou que não dar coices, porque tem os pés inchados. Mas, se ele não tivesse os pés inchados, andaria distribuindo coices como quem está distribuindo folhetos. Morra, morra seu burro coiceiro!!! – gritaram mil vozes. Vendo aquilo o Rei Leão também ficou indignado. - Miserável burro de carroça, seu pulguento - gritou o Rei Leão. - E por tua causa que o meu reino está se acabando! Condeno-te à morte! Vamos, tigre, mate esse burro! O tigre se viu a fazer a coisa que mais gostava: estraçalhar animais. Lambeu os beiços e preparou seus dentes, mas não adiantou. Uma enorme pedra caiu sobre o teto da caverna bem na cabeça – BUM! Grande zoada! Correria! Desmaio das damas! Fujamos enquanto há tempo! O leão já nos farejou - falou um dos animais medrosos. - O leão já nos farejou aqui e está lambendo os beiços. Nada mais adiantou. Com a correria que deu, com o impacto da pedra grande sobre o teto da caverna (ninguém jamais sobe com ela foi parar lá), todos os animais conseguiram fugir, menos o ex-rei Leão, que agora deve está fazendo companhia para o tigre na terra dos animais falecidos. Clara Luiza 6 ano.
Após algum tempo sem postar nenhum texto, eu - Professora Ana Virgínia - me vi com o compromisso de reativar o nosso blog.Afinal, o que é bom serve para ser compartilhado. E a nossa ideia de criar esse blog com o Terceirão 2010 foi uma iniciativa bastante estimualdora para que todos os participantes do nosso Laboratório de Redação escrevessem bons textos. E assim foi! Hoje, daremos chances para que outros alunos tão dedicados quanto os de autrora deixem registrados aqui, nesse espaço, os seus textos. Iremos começar com alguns recontos dos alunos do 6º ano - 2012 - a partir das obras de Monteiro Lobato. Espero que todos apreciem as produções dos meus pequenos autores. Um abraço a todos os nossos seguidores!