sexta-feira, 18 de junho de 2010

Revoar Vitorioso

Quero pensar... Ouso instigar. Ao certo, não sei ao menos
o que procuro: glorificar minha existência ou tão somente saciar minha curiosidade.
Em minha pura ingenuidade, busco um anseio inerente aos homens: o desejo de vitória.

Em suas empreitadas épicas, os guerreiros antigos seguiam com
coragem e bravura, usando a força de um rei, visando um cenário
oposto ao trágico futuro esperado, sem cessar suas caminhadas,
na certeza de abater o inimigo, e reternar aos sons de trombetas
melodiosas unidas a badaladas dos sinos da vitória.

Minha realidade, mesmo sem as referências épicas, ainda busca
o som das trombetas. Sem espadas, utilizadas até se unirem à carne do guerreiro como um só,
ou escudos pesados que não deixam um ideologia morrer.
Mas, sim, a ferocidade de um plano terreno em que as badaladas podem ser
não mais do que o pranto de uns,
em detrimento da ganância de outros.

Reflito um instante. Será que busco algo que em verdade não me
é dado o direito celestial de conhecer?
Por acaso há resposta para visões tão diferentes,
separadas pelo tempo, mas vividas no mesmo lugar,
como a determinação do guerreiro antigo e a ganancia do homem contemporâneo?

Em meio a minhas divagações existencialistas, olho uma pomba voando.
Animal frágil e pequeno. Mas com uma liberdade tal da qual sou privado.
Voos alçados que em minha visão simples aparenta um simbolo de imponência,
próximo aos portoes do paraiso, passeando com os anjos, no fogo infindavel da vida.

Meus olhos agora se abriram. Minha cegueira reflexiva,
a qual não foi por mim percebida, se calou.
As portas da sabedoria e do infinito abriram uma brecha para mim.
Procurei no complexo o que estava no simples.
Compreendi que vitória e liberdade se complementam, e destas,
a primeira fora minha ocupação primordial.

Uma mensagem divina descobri hoje. Agradeço a Deus.
E tambem gostaria de reencontrar minha pomba, para cumprimentá-la,
do mesmo jeito que desejo aos outros encontrar verdaderiamente
sua respectiva pomba
Por Alexander Amaya Castillo Costa Motta.

Ode à Mulher

Gerações passam, e o ciclo da vida nunca acaba.
Desafios e empecilhos instigam a humanidade com tremenda facilidade.
Mas há um ser que ilumina o caminho da vitoria junto a nós.
A maior bencao divina que pode-se esperar nessa vida.

Ante sua importância, este sereno poema torna-se  um mero versículo,
que em vão sintetiza as infinitas qualidades desta benção.
Ao se fazer necessária, não hesita nem por um infimo instante:
Ela vai ao seu dever, com coragem e imponência.

Num mundo dominado por míseros homens, que em maioria não mais
do que pateticamente procuram preencher seu vazio existencial.
Eis que surge tão formoso ser que ilumina esta (por vezes tenebrosa)
situação, como brilha o fulgor do firmamento.

Se um filho esta em prantos, um amigo em desespero, um marido
no mais abaldo estado de espírito,
Com uma calma que transecende a razão humana e doces palavras
harmoniosas, ela conforta, consola e anima.

Se me fosse dado um espaco imensurável de papel, ainda assim seria
uma gota em um oceano de características e qualidades deste digno ser.
Por isso findo meu texto, até mesmo com um grande pesar,
com esta simples e grandiosa frase: obrigado, mulher!
Por Alexander Amaya Castillo Costa Motta.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Progressão Problemática

Entre os primórdios e a atualidade de sua linha histórica, o Brasil sempre tendeu à concentração de terras. Das sesmarias que estimularam a colonização do interior do Brasil às políticas de cercamento, os latifundiários foram os grandes beneficiados, em detrimento dos pequenos pecuaristas e minifundiários. E foi como consequência disso que organizações como o Movimento dos Sem-Terra, o MST, ganharam espaço.

No contexto do século XXI, os problemas desencadeados pela excessiva concentração de terras são bem mais abrangentes: os sem-terras se tornam incapazes de geração imediata de renda, passam à margem social e, por serem muitas vezes negados, tornam-se mais e mais agressivos em busca de reconhecimento; de certa forma, também cooperam para disfunções econômicas, tanto pelos sazonais vandalismos, quanto pela impossibilidade de produção. Isto é, embora tenham relativa razão em sua ideologia, algumas vezes exedem-se ou mesmo são excedidos. E é exatamente por isso que discussões sobre medidas que promovam o bem-estar desse movimento vêm ganhando espaço, como a reforma agrária e a desapropição de terras improdutivas mediante pagamento de indenização pelo Estado, mas estes insistem na morbidade típica das discussões - o que denuncia uma amplitude bem maior que a problemática concentração de terras, alcançando também disfunções sociais.

Enfim, o quadro agropecuário atual brasileiro reflete o percurso histórico ao qual o Brasil esteve submetido, como a excessiva concentração de terras. Em decorrência disso, movimentos origanizdos contestadores emergem, reivindicando melhorias nas distribuição de terras, como é o caso do MST. Entretanto, a construção de um quadro mais coerente só se tornará possível quando da maior coerência do tripé sem-terra-Estado-elite acerca de cessões e efetividades.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

Avante, Brasil!

As rivalidades social, econômica e política do Brasil eram geralmente motivo de lamento e de tristeza. Por muito tempo, o Brasil foi conhecido um País estagnado, dependente e um promissor ilusório. A dívida externa acumulada de anos só aumentavam a inflação e diminuiam o crédito em nós. Entretanto, nos últimos anos, as novas gerações, cansadas do comodismo, vêm trazendo profundas mudanças neste quadro. Como isso tem acontecido?

Desde a sua colonização, nosso País fora marcado para ser dependente. E ninguém ousou questionar isso, de modo que viveríamos nos espelhando nos países desenvolvidos, copiando-os e servindo aos seus interesses.  No entanto, nós, brasileiros, percebemos esse erro agora deixamos de ser o País do futuro para sermos o País do presente. Redespertamos o sentimento de nacionalidadee começamos a crescer economicamente de uma forma jamais vista. Fomos um dos primeiros países a saírem da crise econômica mundial de 2009 e já garantimos a realização dos Jogos Olímpicos de Verão e a Copa do Mundo da FIFA em território nacional. Sem falar na nossa imensa riqueza ambiental que bem convive com o nosso desenvolvimento, honrando-nos como pioneiros em sustentabilidade.

Há fatores que não são motivos de orgulho nenhum e que precisamos reverter o mais rápido possível caso queiramos continuar crescendo. É impossível para uma futura potência negar a sua precária educação pública, as desigualdades e o mal uso de verbas públicas - todos esse e alguns mais se troanm grilhões para o nosso desenvolvimento.

Tendo isso em mente, é importante que lidemos com as nossas falhas para fazermos pleno uso do desenvolvimento. Que haja, pois, melhorias no sistema público de ensino, fiscalização e transparência quanto ao uso do dinheiro público e descentralização econômica para além dos grandes centros urbanos. Assim, teremos um País não perfeito, mas que nos orgulhe bem mais coerente e profundamente que a Seleção Brasileira de Futebol em tempos de jogos.
Por Débora Alice Silva Fernandes.

A Película da Indiferença


A problemática em torno dos meninos de rua vai mais além do âmbito social. Influencia também a política e põe à prova a mais antiga das instituições humanas: a família. E o descaso da sociedade faz com que não nos importemos e só notemos quando, vez por outra, são publicadas em jornais notícias sobre violência no trânsito ou o massacre deles. Por que nos tornamos tão insensíveis?

Quem nunca parou em um semáforo e sentiu-se incomodado com aqueles garotos que insistem em lavar o pára-brisas do carro e que, mesmo quando negamos, eles persistem? Aqueles que, mesmo antes de se aproximarem, já quando os avistamos de longe, logo levantamos o vidro, cuja película é tão escura que nos faz sentir melhor por não ter o rosto visto por eles. E assim continua essa indiferença.

O que leva alguém alguém deixar de ser conhecido como João, Paulo ou Antônio para ser taxado de menino de rua? Pois antes de sê-lo, ele fora filho, neto ou sobrinho de alguém. Mas, devido ao alcoolismo do pai, ao desemprego da mãe ou aos maus tratos da madrasta, estes se veêm obrigados a obter abrigo nas ruas. Portanto, por falta da própria sociedade, que tinha a obrigação de protegê-lo, esses meninos e meninas de rua se tornam marginalizados e, pois, grandes problemas a propiciar dores-de-cabeça terríveis à própria sociedade, que só a partir de então se recorda deles.

Concluindo, a inclusão social é a base para a formação de melhores cidadãos. Organizações Não-Governamentais e projetos como Criança Esperança estão aí para isso, para comprovar que pode dar certo. Através da educação e do esporte, estas crianças acharão melhores abrigos que as ruas e poderão fazer parte efetivamente da sociedade.
Por Débora Alice Silva Fernandes.

O Horror da Beleza

Há oitenta anos, a ideia de uma mulher de alta sociedade usar um corcelete que lhe reprimisse o tronco e maximizasse a cntura era chique. Há oitenta anos, a ideia de ingestão de vermes parasitas que possibilitassem a magreza era perfeitamente compreensível. Foram-se os métodos arcaicos, mas permanece a busca pela magreza - um ideal de beleza -, que agora vem com a força da indústria química: os inibidores de apetite.

Justamente por contar com o abuso de substâncias químicas inibidoras do apetite, como as amidas, é que o problema se torna mais grave, pois agora se utilizam princípios ativos de efeito endo-exógeno capazes de dissimular impulsos elétricos oriundos dos sernos sensoriais do apetite do tubo digestório. Consequentemente, emagrece-se, embora o usuário de inibidores de apetite esteja indiretamente causando uma avalanche de reações incovenientes no seu corpo, como deficiência na obtenção e distribuição de nutrientes, déficit no funcionamento dos órgãos e inflamações. Logo, o usuário estará predisposto a doenças psico-físicas, como anorexia, bulimia e doenças oportunistas, que o condenarão a um quadro regressivo, o que exigirá um lento processo de reintegração à sociedade; quando não, a morte.

Em suma, o uso abusivo de inibidores de apetite como forma de alcançar o idela de beleza proferido pela indústria da beleza, com sua magreza endossada, acaba levando seus usuários à dependência, com estados psico-físicos gradativamente piores. Conslui-se, pois, que é necessário o bom-senso na busca pela beleza, saber cultivar as diferenças entre os biótipos e, acima de tudo, valorizar-se. Isso porque estabelecer limites é fundamental para  fluidez de tudo.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

O Que Queremos Ser

Há setenta anos, quando o Brasil passava por um surto industrial promovido pela Segunda Grande Guerra, o economista austríaco Stefan Zweig afirmou, em obra homônima, se tratar o Brasil do País do futuro. Há quarenta anos, quando, no regime militar, o milagre econômico elevou, a largas taxas, o nosso ritmo de desenvolvimento econômico, o pensamento ufanista de um Brasil como potência se popularizou. Agora, nota-se que a prodigiosa criança do cenário internacional nos anos quarenta, que já deveria ser um senhor heptagenário experiente, persiste na sua infantilidade e erros típicos da fase, induzindo todos os setores a caminhos mais e mais obscuros.

Indubitavelmente, o País que grande parte dos brasileiros gostaria de compor seria aquele economicamente estável e socialmente equânime, com inegável proeminência. Para tanto, são necessários investimentos em setores primordiais, como no combate a doenças de fácil proliferação, estímulo a todos os níveis educacionais, consolidação da indústria de base, melhoria da infra-estrutura e políticas fiscais coerentes; todos já foram instituídos em diversos momentos da trajetória brasileira, mas sucessivamente destituídos por governos irresponsáveis. Em conseqüência disso, o Brasil dispõe de um retardamento em sua ascensão no cenário internacional como potência multisegmentária, o que justifica a analogia à infantoloidia brasileira citada.

Conclui-se que o Brasil que queremos excede o superficial surto desenvolvimentista da economia que se vê hoje, visto que é também necessária a intervenção nos setores social, educacional, de saúde e tantos outros. A construção do Brasil pretendido depende da mobilização política para com as medidas e da mobilização popular para a continuidade dos governos responsáveis. Inevitável é sermos proeminentes, mas podemos acelerá-lo coerentemente.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

A Verdadeira Razão de Não Sermos

No contexto do século XXI, a cidadania é tanto meio de ascendência quanto de decadência: em países onde a mobilização popular desencadeia uma cidadania consistente, a exemplo da França, há permanentes conquistas da sociedade; em países onde a acomodação popular os define, a exemplo do Brasil, a sociedade é permanentemente conquistada: de políticos corruptos a algozes, há sempre espaço para eles. Dessa contradição, nasce o anseio pela construção de um Brasil mais mobilizado popularmente.

Ao longo de nossa história, constatamos diversos momentos de acomodação popular: na proclamação da República, a maioria da população que assistia ao desfile militar que inauguraria a República Velha sequer suspeitava que se tratava disso - pelo contrário, pensavam se tratar de mais uma parada promovida pelo Império; durante o regime popular, a mobilização popular era ínfima ao ponto de sitiar a pequena parcela da sociedade ávida por manifestações contra aquele cenário, por seu fim.

Atualmente, verifica-se tal conformidade quando da estaticidade da sociedade brasileira diante de escândalos políticos de repercussão internacional, bem como mazelas socioeconômicas: nem o mensalão nem as brutalidades promovidas pelo Estado são capazes de agitar. O conformismo generalizado que a acomodação popular gerou foi capaz de mergulhar o Brasil em sucessivos sequestros de medidas promotoras do bem-estar social, através de desvios de verbas públicas, do sucateamento do ensino público, da deterioração dos órgãos públicos e tantos outros, que o enraízam ainda mais. E continuamos mergulhados nesse conformismo, embora uma leva muito pequena tente revertê-la, como também já vimos em nossa linha histórica.

Em suma, apesar dos vaivéns dos níveis de mobilização popular, o Brasil persiste na lamentável situação de popularmente acomodado. Por diversos motivos, como ter um Estado provedor, educação pública precária e corrupção política, adentramos mais ainda nesse quadro. E só se reverterá quando a minoria mobilizada tornar-se maioria, para, enfim, pacata e lentamente dirigir o Brasil para uma situação melhor.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.


Uma Infância Desfigurada

Vítimas daqueles que deveriam servir como exemplo de moral e ética, crianças e adolescentes sofrem com os abusos de mentes doentias à procura de suas fantasias sexuais.

Não é surpresa, infelizmente, nos deparar com manchetes que dizem respeito à violência sexual sofrida por nossos jovens, porém, é de se espantar quando o assunto refere-se àqueles destinados a construir e preservar valores morais em nossas crianças, como, por exemplo, algumas das figuras do clero que se utilizam de uma imagem pura e confiável para ludibriar pais tão vitimados quanto a prole violentada.

Contudo, a inocência do jovem perante a figura que lhe traz segurança produz um sentimento de erotismo à mente pedofílica, além de que uma forma de estar mais próximo das crianças é participando do seu cotidiano e transpassando confiança aos pais, o que faz com que profissões relacionadas exijam inteira atenção e participação dos responsáveis.

A punição para a pedofilia está além de alguns anos na cadeia, é necessário que se tenha um maior cuidado com aqueles de quem esperamos um futuro promissor, pois seus valores estão sendo deturpados, criando um futuro de novos pedófilos.
Por Thaisa C. M. Martins.

domingo, 13 de junho de 2010

Livros

A importância da leitura na construção de uma sociedade mais consciente, dinâmica e coerente é tema da música Livros, de Caetano Veloso. Nela, percebe-se uma sutil crítica ao leviano empenho do Estado brasileiro quanto à educação pública. Veja:

Letras
©Caetano Veloso

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou ­ o que é muito pior ­ por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Pelo Pudor


A maioria ainda não acredita mesmo, quão lúgubres são as circunstâncias. Fotos e vídeos em alta resolução contidos em unidades removíveis e discos em grande quantidade mostravam o que é impossível ser julgado coerente e coeso: crianças e adolescentes aliciados para o mundo do sexo, em posições e trajes libidinosos. É a violência sexual configurando-se cada vez mais como presente, haja vista os inúmeros casos já desvendados por órgãos competentes ou revelados pelas próprias vítimas.

A violência sexual sempre existiu, mas se pode afirmar que sua origem está na Grécia Antiga: fortalecidos pela sociedade patriarcal que constituíam, homens eram habilitados a comprar escravas cortesãs para expô-las a orgias sexuais, ao lado de suas esposas e filhas; além disso, a vida sexual dos filhos era iniciada junto aos seus pais. Passaram-se os anos e hoje a validade da violência sexual foi suplantada pela ascenção das ciências psicológicas e médico-psiquiátricas; a forma de manifestação da violência sexual também mudou: além da casa, pode estar à margem de rodovias ou mesmo em sítios especializados da grande rede. Agora, há a necessidade urgente de combate eficaz à violência sexual e, para tanto, é imprescindível a mobilização da sociedade, que deve estar vigilante a casos afins.

Enfim, a violência sexual não mais ascende na maioria das sociedades atuais por ter perdido seu fundamento cultural e agora ser considerada crime por tentar contra o pudor e acarretar consequências psico-físicas tanto para quem sofre como para quem pratica. Para a sua erradicação, é necessário o engajamento efetivo do Estado e da sociedade, através de uma vigilância que não permita mais a violência sexual passar desapercebida. E que o façamos, pois um dos melhores usufrutos de sociedades democráticas é o pudor - a integridade do cidadão, independente de idade.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sinal Vermelho ao Verde-Amarelo

Em razão da abrupta chegada do desenvolvimento econômico e da relativa ineficácia das políticas tributárias, o Brasil tem estado a par de todas as desgraças oriundas da nítida desigualdade, de forma a relegar à segunda página vias alternativas para a melhoria desse quadro. Enquanto os outros países que compõem a Organização das Nações Unidas caminham entre medidas que promovem um eficaz bem-estar social, perseguindo os Objetivos do Milênio, o Brasil se comporta como se na contramão.

Num País como o Brasil, relativamente estável no que tange à economia e à política, é possível encontrar do oitavo homem mais rico do mundo à presença massiva de favelas. Num breve passeio pelas metrópoles nacionais, vê-se a intensa desigualdade, cuja transmutação é contínua e perceptível: num só bairro, há limusines e carroças; numa empresa, há os que recebem altos salários e aqueles que vivem abaixo da linha da pobreza. De maneira mais e mais exclusiva, costura-se um País prodigioso no cenário internacional, mas com profundas desavenças internas.

Não se pode, por conseguinte, desprezar a infeliz magnitude de microcosmos tão opostos - sobretudo por aspectos socioeconômicos -, ambivalência de um País que agrega uma favela e uma mansão contíguas. É importante que o desenvolvimento visto por muitos também seja usufruido para além das elites, retirando o Brasil da condição de País de muitos excluídos e transformando-o numa portência mais equalizada e dinâmica. E sua ascenção como tal dependerá da maior coerência das leis tributárias e da maior consciência das elites.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Às "testas" do Terceirão

Alguns seres humanos trazem nas entranhas um dom divino, certas habilidades ou aptidões. Mas todos nós, homens, mulheres, crianças, idosos, todos nós somos agraciados por ter a INTELIGÊNCIA de saber externar através dos gestos, da fala e da escrita os nossos sentimentos, as nossas emoções. O que não nos faltam são experiências múltiplas para serem dividas, para serem questionadas. Que bom! Que maravilha somos nós, seres pensantes!

Eu me sinto maravilhada, agraciada, eternamente grata e feliz por ter muitos alunos com dons, habilidades, aptidões e um grau de inteligência como vocês, Hugo, Alex, Marcos Felipe, Verônica, Débora ... - o Terceirão do CEICOC  2010 não seria o mesmo sem o brilho especial de cada personagem que compõe essa série.

Vocês, por um ano, me deram a chance de aprender mais e mais. Obrigada por fazerem parte da minha história e por eu fazer parte das suas.

Esse blog é mais uma bela iniciativa que surgiu de uma simples conversa no Laboratório de Redação. Estímulos há, orientações não faltam. O que estão esperando? Espero ler muitos, mas muitos textos saídos das "testas" brilhantes do 3º CEICOC.
Por Professora Ana Virgínia Napoleão Calvet.

Lirismo Ambiental

Paro por um instante, e surpreendo-me ao peitoril da janela;
Observando tudo ao meu derredor:
Percebo homens em suas jornadas diárias, construções faraônicas
Sendo erigidas, e a mais doce expressão deste mundo:
O sereno e inabalável meio ambiente.

Com seus raios fugazes e capazes de promover a cegueira,
O imponente Astro-Rei Sol fornece energia para manter a vida.
A água, por sua vez, em seu estado fundamental,
Em sua tranqüilidade que toca o mais insensível dos corações,
Atravessa distancias imensuráveis, praticamente entoando uma melodia de paz.

Ao reparar novamente, vejo uma leve garoa próxima a mim;
Esta é o prelúdio do que vira: Uma tempestade que no sossego
De minha residência, não iria me abater.
Tal fato simplesmente retrata lágrimas: A chuva nada mais é do que
O pranto vindo da gloria do firmamento, para expressar,
Unido ao ressoar divino de trovões, a fúria silenciosa da natureza
Contra a raça humana.

Ouço um pássaro cantar - é o anuncio da tranqüilidade.
Acompanho sua liberdade, invejando-o e compadecendo-me,
Pois queria alçar vôos como o da águia, que, em sua bravura e majestade,
Rasga a tempestade. Mas não concretizo minha fantasia, já que tal
Liberdade se restringe graças as ações daqueles que pertencem a minha espécie.

Saio do parapeito, e retorno ao divã: Minhas linhas se findaram,
É hora de finalizar o texto; mas como poderei?
É de algo tão lindo que escrevi. Palavras não me faltam;
Bom seria se todos parassem e o analisassem, como o fiz.
Encho-me de esperança que, no futuro, outros farão melhores descrições
Que as minhas, porque sei que nosso Meio Ambiente não morrera:
Será salvo por seus atuais transformadores: eu, você e todos.
Por Alexander Amaya Castillo Costa Motta.

terça-feira, 1 de junho de 2010

A Influência da Tevê


Há sessenta anos, a ideia de ter uma televisão em casa assustava boa parte dos brasileiros, tanto porque era cara quanto por sua programação ainda incipiente. Há sessenta anos, a tecnologia envolvida na confecção de tevês espantava quem as via. Os sustos passaram, a tevê se popularizou e agora a mídia televisiva se tornou um meio de unificação nacional, comportando-se tanto como divulgadora quanto como massificadora.

A sucessão de novelas, seriados, jornais e filmes que permeiam as grades de programação das emissoras de tevê é capaz de gradativamente sufocar as ricas diferenças para equalizar sua audiência, porque, assim, abastece tantos aos interesses mercadológicos por trás da programação quanto aos aspectos pessoais de quem assiste. A nova cultura de massa brasileira que o diga: as ricas diferenças acabam quando muitos passam a se vestir de acordo com sua personagem favorita - relógios coloridos, camisas extravagantes -, a falar como seus ídolos - trechos de música, gírias. E m consequência disso, as pessoas literalmente se anulam para seriamente absorver caracteres de outros, senão sê-los.

Em suma, a tevê se comporta como mídia massificadora de comportamentos, num estágio da evolução social na qual pode ser benéfica e maléfica concomitantemente. Aceitá-la como benéfica é possível quando a interpretamos como divulgadora das culturas que integram nossa sociedade; maléfica, quando as sucessivas tentativas de massificação cultural passam a ser ridículas diante do telespectador crítico. A escolha pertence a cada um.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

Retrocesso Histórico?


Já comprou suas câmeras de segurança? Já mandou instalar cerca elétrica no muro da sua casa? Já contratou vigias particulares para que fiquem à sua porta? Essas são providências imprescindíveis para quem quiser viver seguramente no País que a Organização das Nações Unidas classifica como um dos mais violentos, o Brasil.

A sucessão de milagres econômicos, planos monetários e metas inflacionárias que ocorreram no Brasil desde os seus primórdios só foram capazes de atenuar mais ainda as desigualdades entre as classes econômicas, visto que só serviram à demasiada ambiciosa e pequena elite econômica, que também dominou o cenário político de forma corrupta e individualista. E isso refletiu no setor social. Em consequência disso, os níveis de vandalismo ascenderam de forma vertiginosa, levando os setores mais estáveis do Brasil a uma relativa feudalização - que se mostra existente com o levantar de condomínios fechados e muralhas e o desenvolvimento de sofisticados sistemas de segurança - que os contêm. Em outras palavras, foram os setores mais estáveis da sociedade brasileira que se privaram da liberdade total, e não os vândalos.

Dessa forma, a sucessão presidencial deve ocorrer, mas com líderes políticos esclarecidos o suficiente para que um dos focos de sua administração seja suprimir as deficiências que geram mais vândalos. Investimentos maciços em educação, segurança e infra-estrutura são os mais quotados para que o atual quadro desmoralizante finde. E a participação da sociedade junto ao Estado também, a fim de que se harmonize a relação entre ambos, de modo que as ações de um sejam inspiradas nos anseios de outro.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.