quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre Flores e Pragas

Diante do recente cenário econômico recheado de pressões políticas para com os rumos da floresta amazônica, o governo federal acabou por agilizar o processo de aprovação de muitas medidas contra o desflorestamento, entre elas a de premiar moral e economicamente aqueles que para isso cooperem, através de empréstimos internacionais. Superficialmente analisada, tal medida denuncia apenas consequências positivas - realmente este parece ser o melhor caminho: confiar e, pois, entrelaçar os fazendeiros da região amazônica à sua conservação. Entretanto, uma análise mais profunda traz à tona, além daqueles positivos, uma série de consequência negativas - entre elas, o endividamento.

Os aspectos positivos decorrentes evidenciam a validade da medida, haja visto o fato de que as premiações moral e econômica do fazendeiro amazônico que coopere com a preservação daquele bioma o envolvem numa esfera de confiança mútua da qual não é tão simples safar-se; estimula, também, possíveis denúncias sobre desflorestamento na região - enfim, tranforma o fazendeiro amazônico num cidadão engajado, situação que passa a ser almejada como status.

Entretanto, à medida que os beneficiados veem suas cifras aumentar, há o arrombo dos cofres públicos, endossamento dos já citados créditos internacionais e, por fim, o endividamento do País; como se não bastasse tamanho prejudício, há mais outros decorrentes a longo prazo, como o aumento da carga tributária e da taxa de juros como forma de sanar tais empréstimos e, ainda, aumento em níveis inflacionários. Logo, consolida-se a dubiedade trazida pela medida, que trará mais resultados positivos que negativos somente se exercida com parcimônia.

Portanto, o apetite voraz do Poder Legislativo brasileiro para corresponder às pressões várias para com a floresta amazônica acabou por levá-lo à aprovação de uma série de medidas dúbias - entre elas, a premiação por combate ao desflorestamento. Ao passo que promovem uma série de bons resultados, também permitem a ascendência de uma série de negativos, que neutralizam aqueles. A solução - uma vez já aprovada - é a parcimônia.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

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