quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Metamorfoses do Ser e Ter

Diante da sociedade multifacetária que na qual se constitui atualmente a brasileira, há enésimas formas de ser e ter - pode-se portar-se à qualquer maneira, pode-se vestir-se com o que quer que seja pretendido e, ainda, pode-se comprar o quanto possível que esteja sob vendagem. São essas escolhas que delineiam a personalidade do indivíduo e, como tal, uma série de caracterizações a serem atribuídas ao mesmo indivíduo como sua marca inerente. Entretanto, no imenso espaço amostral citado também há a possibilidade de somente parecer, isto é, ser e ter como marcas inerentes constantemente mutáveis, haja vista a sua suscetibilidade aos anseios externos quanto às suas personalidades - são estes os alienados, imensamente constituídos por jovens, exatemente por sua condição de jovens.

A juventude - fase intercalada por duas outras essencialmente opostas, que são a infância e a fase adulta - compreende uma fase transitóriana qual é recorrente o apelo a diversos meios como forma de obtenção da tão almejada marca inerente, sendo necessária, para tanto, a inconstância da adoção das intermináveis possibilidades de ser e ter. Dessa forma, o jovem busca e almeja várias possiblidades, mas acaba por expor-se aos anseios essencialmente alheios, que ou põe em xeque seus conceitos imaturos ou lhe imprimem a necessidade pela busca de algo que o faça mais notável que outros sob mesma possiblidade de ser e ter, relegando à segunda página a satisfação do seu ego - em verdade, um conselho familiar, uma propaganda ou mesmo uma imatura análise do panorama ao seu redor podem desencadear o processo no jovem. Como jovem e, pois, geralmente vulnerável, mas em busca de sua marca inerente, há uma aquisição de ser e ter alheio, que o faz parecer - a partir daí, está sob a condição de alienado.

Em síntese, em obediência à Lei do Caos, é comum a muitos jovens a constante busca do ser e ter, acarretando-os inconstância em sua marca inerente. Entretanto, quando da aquisição de caracteres alheios aos seus, o jovem passa a perecer, relegando-se à categoria dos alienados. Com o propósito de evitar tal situação, faz-se necessária a agudez do senso crítico, medida aparentemente simples mas muitas vezes ausente nos jovens.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

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