quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Do Cosmo ao Caos

A corrupção dos valores morais na Idade Contemporânea parece conduzir a Humanidade a níveis de relação social tão primitivos quanto aqueles vinculados à Pré-História, haja vista a desconsideração dos princípios que regulamentam a ordem estabelecida nos princípios éticos e na boa educação. Essa nova situação moral, tão bem retratada na literatura mundial – como em Capitães da Areia, onde uma corja jovial de nome homônimo desconsidera quaisquer valores, embora como conseqüência daquela realidade desgastante – só o é por ser uma realidade progressivamente mais presente: filhos matando os pais por motivos banais – como o caso Suzane von Richthofen –, autoridades apoderando-se do erário em benefício próprio, assassinos mais e mais cruéis. Diante desse quadro, faz-se necessário, pois, a revisão da estruturação de nossos valores morais no intuito de desvendar os motivos de tanta desmoralização.

Conforme afirma o filósofo francês Jean-Jacques Rousseau, o homem parece nascer puro e sua corrupção dá-se apenas na sociedade; a partir desse prisma, podemos compreender que a sociedade da Idade Contemporânea está seguindo seu curso natural, haja vista sempre haver os moralmente aceitáveis e inaceitáveis, mas cabendo àqueles uma maior parcela na população, o que neutralizaria as corrupções destes. Entretanto, nessa nova situação moral, os corruptos não somente estão mais presentes, como também mais corruptos, haja vista as crueldades tão vistas na imprensa livre – isso em decorrência das até agora deficitárias ações do Estado e da iniciativa privada, além do próprio famigerado seio familiar. Dessa forma, o equilíbrio social já estaria na iminência de desestabilização, sendo necessária determinada intervenção exatamente nos setores responsáveis, tanto em nível estatal – como o fornecimento de condições mínimas ao bem-estar de seus habitantes, além do cumprimento de seu código penal e sistema judiciário –, como em nível de livre iniciativa – como empresas empregadoras de mão-de-obra e organizações não-governamentais.

Em suma, a sociedade contemporânea, ao passo que se vê diante de tantos avanços nas mais importantes áreas, vê-se também desolada moralmente, haja vista a maior presença dos corruptos em sua composição. Os casos de manifestação dessa corrupção colocam a sociedade diante do temor – algo compreensível quando se nota a veiculação na imprensa de casos tão cruéis e desmoralizantes, além de banais. Entretanto, medidas simples são capazes de dissolver a desmoralização do sociedade contemporânea, como os devidos investimentos estatais em setores estratégicos – como educação e saúde – agregados à livre iniciativa – fornecedora de empregos e, pois, da possibilidade de ascensão socioeconômica tão pretendida.
Por Hugo Eduardo Azevedo Fialho.

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